quarta-feira, maio 07, 2008

Até quando...

Estava eu hoje de manhã na minha viagem diária em direcção ao Porto, onde estudo, quando de repente me lembrei de uma música que já não me vinha à memória há muito tempo.

Até quando você vai levando
Porrada, Porrada,
Até quando você vai ficar sem fazer nada

Esta fantástica música do Gabriel, o Pensador não é mais do que um hino ao inconformismo popular contra a ineficiencia dos poderes instituidos.

Esta frase dita desta forma parece uma interjeição de cariz anarquista, mas não o é.

Sejamos de esquerda ou de direita todos nós, que nos julgamos seres pensantes e que gostamos de emitir opinião sobre as coisas com que nos deparamos no dia a dia, e que não alinhamos pelo simples facto de alinhar com as modas, somos obrigados a gostar desta música, ou pela menos da letra dela.

Este hino à revolta deveria fazer com que pelo menos abrissemos os olhos e vissemos a incompetencia com que somos governados, a imbecilidade que esborda da função pública, os anormais que ocupam cargos de noemação política, e como dizem os estrangeiros, and so on and so on...

Porque é que quando vamos a uma repartição de finanças temos que ser atendidos por um anormal? Porque é que quando vamos à polícia tratar de uma simples multa ficamos com a ideia que deveriamos ter enfiado um murro no imbecil que nos atendeu e que nos tratou ou pelo primeiro nome ou por cidadão?

Porque nestes sitios as pessoas não estão por competencias ou habilitações, estão pela cor dos partidos e porque alguém os meteu lá.

Mas os piores nem são estes... os piores são os políticozitos de segunda ou terceira linha, entenda-se câmaras municipais e juntas de freguesia. Estes gajos são do piorio. Se nas câmaras ainda vão aparecendo alguns que se aproveitam, nas juntas o descalabro é total.

Imaginemos o poder que é colocado nas mãos de um inergumeno iletrado, que a partir de determinada altura começa a poder decidir qual dos vizinhos vai ter primeiro saneamento ou alcatrão até à porta da casa que construiu ilegalmente em plena reserva ecológica na freguesia de leitões ou de ronfe.

Este homem passa a ser mais importante que um qualquer padrinho da mafia napolitana, ou seja, embora só decidindo assuntos de merda e de lixo é ele que manda no resto da maralha.

Lá começam a chover os pedidos e os favores.

Ó Senhor Presidente da Junta, precisava de um empreguito para a minha Suzette que acabou a escola à noite e não quer ir para a fábrica como a mãe. Veja lá o que se arranja.

O Senhor presidente da junta aproveita uma reunião da assembleia municipal e apresenta o caso ao preseidente da câmara que imediatamente acede ao pedido e lá vai mais uma raparigita de faces rosadas para a câmara.

O pai todo contente até comenta: "até pode ser que case com alguém de lá de dentro", são empregos seguros.

Esteja descansado que pode ser que case com alguém da polícia municipal. Isso é que era uma sorte. Para além da cunha na câmara já podiam vir á feira e ao mercado, parar a "camioneta" em qualquer sitio e não ser multados.

Para terminar sou obrigado a terminar este breve desabafo com uma expressão que me é muito cara: ACORDEM PALHAÇOS... ENQUANTO PODEM ACORDAR DEVAGARINHO.

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