Estava eu hoje de manhã na minha viagem diária em direcção ao Porto, onde estudo, quando de repente me lembrei de uma música que já não me vinha à memória há muito tempo.
Até quando você vai levando
Porrada, Porrada,
Até quando você vai ficar sem fazer nada
Esta fantástica música do Gabriel, o Pensador não é mais do que um hino ao inconformismo popular contra a ineficiencia dos poderes instituidos.
Esta frase dita desta forma parece uma interjeição de cariz anarquista, mas não o é.
Sejamos de esquerda ou de direita todos nós, que nos julgamos seres pensantes e que gostamos de emitir opinião sobre as coisas com que nos deparamos no dia a dia, e que não alinhamos pelo simples facto de alinhar com as modas, somos obrigados a gostar desta música, ou pela menos da letra dela.
Este hino à revolta deveria fazer com que pelo menos abrissemos os olhos e vissemos a incompetencia com que somos governados, a imbecilidade que esborda da função pública, os anormais que ocupam cargos de noemação política, e como dizem os estrangeiros, and so on and so on...
Porque é que quando vamos a uma repartição de finanças temos que ser atendidos por um anormal? Porque é que quando vamos à polícia tratar de uma simples multa ficamos com a ideia que deveriamos ter enfiado um murro no imbecil que nos atendeu e que nos tratou ou pelo primeiro nome ou por cidadão?
Porque nestes sitios as pessoas não estão por competencias ou habilitações, estão pela cor dos partidos e porque alguém os meteu lá.
Mas os piores nem são estes... os piores são os políticozitos de segunda ou terceira linha, entenda-se câmaras municipais e juntas de freguesia. Estes gajos são do piorio. Se nas câmaras ainda vão aparecendo alguns que se aproveitam, nas juntas o descalabro é total.
Imaginemos o poder que é colocado nas mãos de um inergumeno iletrado, que a partir de determinada altura começa a poder decidir qual dos vizinhos vai ter primeiro saneamento ou alcatrão até à porta da casa que construiu ilegalmente em plena reserva ecológica na freguesia de leitões ou de ronfe.
Este homem passa a ser mais importante que um qualquer padrinho da mafia napolitana, ou seja, embora só decidindo assuntos de merda e de lixo é ele que manda no resto da maralha.
Lá começam a chover os pedidos e os favores.
Ó Senhor Presidente da Junta, precisava de um empreguito para a minha Suzette que acabou a escola à noite e não quer ir para a fábrica como a mãe. Veja lá o que se arranja.
O Senhor presidente da junta aproveita uma reunião da assembleia municipal e apresenta o caso ao preseidente da câmara que imediatamente acede ao pedido e lá vai mais uma raparigita de faces rosadas para a câmara.
O pai todo contente até comenta: "até pode ser que case com alguém de lá de dentro", são empregos seguros.
Esteja descansado que pode ser que case com alguém da polícia municipal. Isso é que era uma sorte. Para além da cunha na câmara já podiam vir á feira e ao mercado, parar a "camioneta" em qualquer sitio e não ser multados.
Para terminar sou obrigado a terminar este breve desabafo com uma expressão que me é muito cara: ACORDEM PALHAÇOS... ENQUANTO PODEM ACORDAR DEVAGARINHO.
Sem comentários:
Enviar um comentário